A taxa de inadimplência do consumidor da capital caiu pelo segundo mês consecutivo, alcançado 4% em fevereiro. Em janeiro, o percentual chegou a 6,3%. Esse dado surpreende porque contraria o resultado nacional que indica um crescimento do índice no início do ano. As informações são do Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
O resultado do nível de endividamento do consumidor de Maceió mostrou crescimento em fevereiro. Enquanto o mês passado registrou 70% dos pesquisados com algum tipo de dívida, no mês do Carnaval esse percentual se elevou para 72,3%.
Do percentual dos consumidores endividados constatado na pesquisa, 32,2% afirmou ter alguma conta em atraso, índice um pouco maior que o registrado para janeiro (30,8%).
O comprometimento da renda familiar dos consumidores com pagamentos de dívidas cresceu levemente em fevereiro e ficou em 43,5% da renda, nível ainda próximo a média registrada para todo o ano de 2012. O nível de comprometimento da renda com dívidas continua alto para os padrões considerados seguros (30%).
A melhor notícia é a continuidade da queda da taxa de inadimplência, contrariando a tendência de crescimento registrada para o restante do país. Conforme o gráfico abaixo, já havia ocorrido uma redução em janeiro (6,3%) com relação ao mês de dezembro de 2012. Em fevereiro, novamente a inadimplência recua e fica em 4% dos consumidores da capital.
Segundo análise do Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), apesar do crescimento do nível de endividamento da população maceioense e o elevado grau de comprometimento da renda com pagamento de dívidas, o consumidor segue honrando seus compromissos financeiros e pagando em dia suas dívidas, evitando encargos financeiros.
Segundo o economista Fábio Guedes, algumas razões explicam esse movimento como o crescimento em termos reais do salário mínimo, a elevação da oferta de emprego na cidade de Maceió nos ramos de comércio e serviços e os níveis muito baixos das taxas de juros.
“O resultado para a economia da capital alagoana é muito bom considerando que o primeiro trimestre do ano é caracterizado por despesas e aumentos de tarifas e impostos, compras escolares, festas de momo e compromissos com as dividas remanescentes contraídas no mês de dezembro”, explicou.
O uso dos cartões de crédito continua em alta e foi responsável por 64,9% das formas de pagamento a prazo. Em seguida, vem o componente “outros” com 52,3% das formas de pagamento, o que inclui o uso de boletos bancários, entre outras formas. Os financiamentos se responsabilizaram por 33,6% das dívidas dos consumidores (modalidade mais usada na compra de veículos e material de construção). O uso dos empréstimos pessoal 12,5%; carnês de lojas 9,7% e cheques pré-datados 1,3%.
Os tipos de despesas que mais pesaram nas dívidas dos consumidores foram: outros produtos e serviços (33,4%); alimentação (27%); educação (18,1%); vestuário (16,5%); tratamento de saúde (13,8%); aluguel residencial (10,7%); seguros (8,8%); reforma residencial (7,2%); eletrodomésticos (5,4%); eletroeletrônicos (5,2%) e móveis residenciais (4,9%).
O fato de outros tipos de produtos e/ou serviços figurarem em primeiro lugar como item de endividamento das famílias, significa uma característica das compras de início de ano, quando os consumidores diversificam seus gastos, principalmente com festas e comemorações. Segundo a pesquisa, a causa absoluta para elevação dos níveis de endividamento ainda continua sendo o desequilíbrio financeiro (39,9%).
A pesquisa completa está disponível no endereço fecomercio-al.com.br/ifepd/
Fonte: Cada Minuto